Desde o início do ano, o preço do café tem registrado aumentos significativos, uma tendência que provavelmente continuará pelo menos até o primeiro semestre de 2025. Segundo dados da indústria, nos últimos quatro meses, o preço do café no varejo subiu cerca de 35%. Em agosto, o preço médio do quilo chegou a R$ 39,63, comparado aos R$ 29,18 em abril.
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírico Inácio, afirmou que se espera um aumento adicional de 10% a 15% nos próximos 40 a 60 dias. Esse acréscimo ainda não chegou ao consumidor final porque os supermercados estão tentando negociar com as marcas. De acordo com a ABIC, a pressão sobre os preços deverá continuar até 2025.
A principal causa da alta de preços é a seca prolongada e o calor intenso em várias regiões produtoras de café no Brasil. Inácio destacou que, se as chuvas começarem de forma regular a partir da segunda quinzena de setembro, será possível garantir uma safra suficiente para atender tanto o mercado interno quanto as exportações. Contudo, caso o cenário climático do ano anterior, com altas temperaturas e estiagem prolongada, se repita, haverá uma queda na produção e mais volatilidade nos preços.
No momento, não há indicações de que o preço da matéria-prima vá cair, e essa previsão de alta se estende até, pelo menos, abril de 2025.