Ah, o nosso Lago Azul! Aquele que já foi o orgulho da cidade, o cartão-postal que a gente mostrava com um sorriso no rosto, hoje parece mais um parente esquecido – aquele que a gente sabe que existe, mas evita visitar. Sua história é puro suco de Gandu: começou como um brejo nos anos 70, que Eliseu Resolveu fazer um lago artificial (sim, o lago é artificial) e depois, cenário de campanha eleitoral em 2002, quando Neco trouxe a trupe política (ACM, Paulo Souto, Otto e César Borges) de helicóptero para anunciar sua reforma milagrosa.
E olha, tem que respeitar aquela reforma. O lago renasceu, brilhou no Natal de 2004. Domingo sem passeio no lago? Nem pensar! Era o lugar das famílias, das paqueras, das crianças correndo e Regi dando voltas. Em 2009 ainda ganhou um restaurante, o Espaço Gourmet e os pedalinhos. Mas, como tudo que depende de poder público, o tempo passou e o lago foi deixado de lado. A manutenção ficou no mínimo, a iluminação falhou, a segurança ficou duvidosa, e o que era orgulho virou quase um “vamos evitar”.
O Lago Precisa Ser Visto Com Outros Olhos
O poder público precisa entender que o Lago Azul não é só um espelho d’água – é parte da identidade de Gandu. Ele precisa voltar a despertar no ganduense aquele desejo de “dar uma volta no lago no domingo após o culto”, de ser o local das risadas das crianças, dos encontros dos jovens, dos passeios em família. Precisa de mais do que pinceladas de reforma – precisa de um projeto que o mantenha vivo, seguro e atraente.
E enquanto falamos do lago, não podemos ignorar a Fábrica Escola de Chocolate, um equipamento importante, sem dúvida, mas que, na minha opinião, ocupa um espaço que poderia ter outro destino. Aquele imóvel, tão estratégico, poderia abrigar um restaurante entregue à iniciativa privada, como um dia foi o Espaço Gourmet, movimentando ainda mais o local. A Fábrica, por sua vez, poderia ser realocada – afinal, ela não precisa estar ali para cumprir seu importante papel.
Gandu Merece Seu Lago de Volta
O Lago Azul já provou que pode ser incrível. Já foi cenário de momentos inesquecíveis e ainda pode voltar a ser. Mas para isso, precisa ser tratado não como um projeto político, mas como um patrimônio da cidade. Precisa de investimento constante, de segurança, de atividades que atraiam as pessoas – porque lugar abandonado vira só lembrança, e Gandu merece mais que isso.
