Servidores do Poder Judiciário da Bahia começaram uma greve nesta segunda-feira (12) por tempo indeterminado. A paralisação, com adesão maciça em todas as comarcas do estado, foi decidida em assembleia geral no último dia 7, no Ginásio dos Bancários, em Salvador, sob coordenação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud).
O principal ponto de reivindicação é a aprovação do novo Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), que está parado na Assembleia Legislativa há oito meses, aguardando liberação do governador Jerônimo Rodrigues para votação. O plano atual, em vigor desde 2008, é considerado obsoleto pela categoria, que sofre com a falta de reajustes há mais de uma década.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que os servidores acumulam perdas salariais de 53% devido à inflação no período.
O movimento também protesta contra a precarização das condições de trabalho. O Sinpojud aponta déficit de servidores concursados e denúncia a não convocação de aprovados no último concurso do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Outro alvo de crítica é a proposta de criação de 600 cargos comissionados, considerada inconstitucional pelo sindicato.
A greve segue os parâmetros legais, com manutenção dos serviços essenciais. Plantões judiciais e atendimentos emergenciais continuam funcionando normalmente. “Não queremos prejudicar a população, mas exigimos respeito. O Judiciário não funciona sem seus servidores”, afirma Carlos Oliveira, coordenador do movimento.
Procurados, o TJ-BA informou que analisa as demandas e o governo estadual disse que o PCCV está em discussão. Enquanto isso, os servidores prometem manter a mobilização até que suas reivindicações sejam atendidas.