Moradores de um município do interior da Bahia correm o risco de ficar sem atendimento presencial depois que o Bradesco anunciou o encerramento do único posto existente. A medida gera preocupação porque a agência mais próxima fica a cerca de 170 km de distância, em Paulo Afonso, o que pode comprometer o acesso da população a serviços básicos.
O caso ocorre em Chorrochó, cidade de aproximadamente 10,5 mil habitantes, onde a prefeitura entrou com uma ação judicial pedindo que o banco mantenha as atividades. Segundo o advogado do município, não houve comunicação oficial por parte da instituição financeira, e o fechamento pode impactar diretamente o pagamento de salários, aposentadorias e a arrecadação de impostos.
Situações semelhantes já foram registradas em outras localidades, como em Ubatã, na Bahia, e também no Maranhão, onde a Justiça suspendeu decisões de fechamento. Só no estado baiano, 45 unidades do Bradesco encerraram suas atividades entre outubro de 2023 e julho de 2025, deixando quase metade das cidades sem presença física de agências. O Procon-BA estuda medidas e pode acionar o Ministério Público.
O problema, porém, vai além da Bahia. Apenas em 2024, Itaú, Bradesco e Santander fecharam 856 agências no país. Embora 99% das transações do Bradesco já sejam realizadas por meio digital, especialistas alertam que a mudança prejudica moradores de cidades menores, que ainda dependem do atendimento presencial.