Na Bahia, 199 municípios, não contam com nenhuma agência bancária em funcionamento. Os dados, divulgados pelo Sindicato dos Bancários da Bahia com base em informações do Banco Central, entre os munícipios estão Apuarema, Itamari, e Piraí do Norte .
Sem acesso a serviços bancários locais, moradores desses municípios são obrigados a se deslocar para cidades vizinhas para realizar operações simples, como saques, transferências ou pagamentos presenciais. O fechamento contínuo de agências segue uma tendência nacional de digitalização do setor bancário, impulsionada pelo uso crescente de aplicativos e serviços online. No entanto, essa transição ainda não atende de forma igualitária toda a população, sobretudo os idosos, trabalhadores rurais e pessoas sem acesso à internet de qualidade.
Como alternativa, para quem tem conta no Bradesco, tem o Bradesco Expresso, em parceria com comércios locais. Através desses pontos, é possível realizar operações como saques, depósitos, pagamentos e contratação de alguns produtos financeiros. Mesmo assim, serviços mais complexos ainda exigem o deslocamento até uma agência tradicional.
Entre dezembro de 2018 e junho de 2024, 134 agências bancárias foram fechadas na Bahia. O Bradesco lidera esse movimento, com o encerramento de 64 unidades. O Banco do Brasil aparece em segundo lugar, com 27 agências fechadas, seguido por Itaú (26), Santander (18) e Caixa Econômica Federal (1).
Segundo o Correio, o Sindicato dos Bancários da Bahia acionou o Procon estadual para buscar alternativas que evitem a exclusão bancária de milhares de baianos. Em maio, uma reunião foi realizada com o órgão, e o Ministério Público deverá ser formalmente comunicado para que acompanhe o caso e avalie possíveis medidas.
Procurada pelo Correio, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não possui dados específicos sobre o fechamento de agências na Bahia, mas destacou que a digitalização do setor é uma tendência consolidada. Ainda assim, o desafio permanece: garantir que o avanço tecnológico não agrave as desigualdades no acesso aos serviços bancários.