Quem passa pela rodoviária de Ribeirão Preto (SP) no fim do expediente pode se surpreender com um espetáculo inesperado. Entre malas e ônibus, o baiano Vílmar Pereira, 35 anos, mostra que habilidade e ritmo não ficam restritos à roda de capoeira.
Motorista durante o dia, ele veste o uniforme da empresa, mas, quando as corridas acabam, assume outra identidade: a do capoeirista que arranca aplausos com saltos e movimentos acrobáticos. Nem o calor, nem a rotina puxada tiram sua disposição para o gingado – ele chega a fazer movimentos de ponta-cabeça no espaço da estação.
Vílmar aprendeu capoeira ainda criança, na Bahia, e nunca deixou a tradição para trás. Para ele, cada golpe carrega história, identidade e pertencimento. “Capoeira é parte de mim”, resume o motorista que transformou o ponto de parada em ponto de cultura.