O programa federal Pé-de-Meia encerrou o ano com mais de 3,9 milhões de estudantes beneficiados em todo o Brasil. A iniciativa oferece suporte financeiro e educacional para alunos do ensino médio de escolas públicas inscritas no CadÚnico. Cada estudante pode receber, ao longo dos três anos do ensino médio, um total de R$ 9,2 mil, valor distribuído em parcelas anuais. A Bahia é o segundo estado com mais beneficiários, com 410.639 estudantes atendidos.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), o Pé-de-Meia se consolidou como a segunda maior política de combate à desigualdade social do país, atrás apenas do Bolsa Família. O programa recebeu um investimento anual de R$ 12,5 bilhões e foi idealizado para combater as altas taxas de evasão e repetência no ensino médio, etapa considerada um dos maiores desafios da educação básica. Segundo o Censo Escolar de 2023, o ensino médio apresenta a maior taxa de abandono, com 5,9%, e de repetência, com 3,9%, entre todas as etapas da educação básica.
As principais razões para o abandono escolar estão relacionadas à necessidade de trabalhar para complementar a renda familiar. Segundo o relatório Educação Brasileira em 2022 – A voz de adolescentes, realizado pelo Ipec para o Unicef, 48% dos adolescentes que abandonaram os estudos o fizeram porque precisavam trabalhar. Outros 30% relataram dificuldade em acompanhar as explicações ou atividades escolares, como motivo para desistirem da escola.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que o Pé-de-Meia é uma estratégia fundamental para combater esses problemas. Durante a apresentação dos dados do Censo Escolar em fevereiro, ele afirmou: “Não podemos deixar ninguém para trás! O Pé-de-Meia complementa uma série de iniciativas do governo federal para tornar a escola mais atrativa”.