Uma operação de fiscalização ambiental resultou na descoberta de um caso de comércio ilegal de guaiamum (Cardisoma guanhumi), uma espécie de caranguejo classificada como criticamente ameaçada de extinção. A ação, conduzida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), faz parte da Operação Caburi, que tem como objetivo combater a captura, o transporte e a venda ilegais de caranguejos.
Durante a inspeção, os agentes ambientais encontraram 166 guaiamuns mantidos em cativeiro em um estabelecimento comercial, onde os animais eram abatidos e servidos aos clientes. Todos os caranguejos foram resgatados e devolvidos ao seu habitat natural, em uma área de manguezal e apicum.
O estabelecimento foi autuado com uma multa de R$ 1,6 milhão devido à gravidade da infração, que envolve a exploração de uma espécie ameaçada e a obtenção de lucro por meio dessa atividade ilegal. A legislação ambiental, por meio da Portaria MMA 445/2014, permite a comercialização e o consumo do guaiamum apenas quando provenientes de áreas autorizadas, o que não ocorria nesse caso.
Igor de Brito Silva, chefe do Núcleo de Operações de Fiscalização da Atividade Pesqueira (Nupesc) do Ibama, destacou a importância da conscientização da população para a proteção da biodiversidade. “A escolha de não consumir espécies ameaçadas é fundamental para desencorajar práticas ilegais que prejudicam o meio ambiente. A responsabilidade também está nas mãos dos consumidores”, afirmou.
O Ibama reafirmou seu compromisso em continuar combatendo a exploração ilegal de espécies ameaçadas, garantindo a preservação da fauna e dos ecossistemas costeiros. O caso ocorreu em um restaurante no município de Goiana, localizado no litoral norte de Pernambuco.