O uso da Tadalafila, medicamento originalmente indicado para o tratamento da disfunção erétil e outras condições clínicas, tem se intensificado preocupantemente no Brasil. Além da utilização para fins terapêuticos, há relatos crescentes do uso recreativo, para melhora de desempenho sexual e até como “pré-treino” em academias, ajudando a explicar o expressivo aumento nas vendas.
Em 2024, o genérico foi o quinto mais vendido do país, com 61,2 milhões de unidades comercializadas, segundo levantamento da IQVIA divulgado pela PróGenéricos. Dados apontam que, entre 2023 e 2024, a venda do medicamento cresceu em 60% na Bahia, segundo Cleiton Vieira, diretor comercial da Associação de Farmácias do Nordeste (Assofarne). Nos últimos quatro anos, o aumento foi de 220%.
Especialistas apontam riscos à saúde associados ao uso indiscriminado da substância, que pode mascarar doenças como hipertensão e diabete, além de favorecer a dependência psicológica.
Para conter o consumo irresponsável, entidades do setor defendem campanhas educativas e maior rigor na exigência de receita médica, reforçando a importância do uso racional de medicamentos.
Muito desse aumento das vendas é por conta de que o medicamento se tornou algo popular, estando presente em músicas, conversas e até símbolo da torcida do Vitória no ano de 2023, na campanha do título da série B de 2023. “É o que a gente pode chamar de modismo midiático porque existem canções de funk, arrocha, que promovem esse tipo de medicação com trocadilhos, brincadeiras, estímulos sexuais, etc.” diz Gibran Sousa, diretor do Sindicato de Farmacêuticos da Bahia (Sindifarma).